A Outernet difere dos projetos da Google e Facebook na medida em que não se baseia numa infraestrutura terrestre mas sim numa constelação de satélites em miniatura, sensivelmente do tamanho de uma torradeira, capazes de cobrir todo o globo. Por outro lado, e ao contrário da verdadeira Internet, a Outernet vai começar por ser um serviço de broadcasting, uma espécie de rádio do século XXI, capaz de levar informação até aos locais mais recônditos do planeta. Basta ter um dispositivo Wi-Fi.
Syed Karim, o mentor do projeto, diz que não há custos envolvidos na receção da informação emitida pela Outernet porque a informação é um dos direitos fundamentais do homem. Esta rede estará acima da censura e dos governos que desligam a Internet em alturas críticas. O seu objetivo, explicita o site, é acabar com o fosso entre os ricos que acedem à informação e quem não pode pagar para ter um acesso à Net – seja por ser demasiado pobre ou porque vive num local onde não há infraestrutura.
O projeto assentará em protocolos standard e globalmente aceites (como o DVB ou o Digital Radio Mondiale) para garantir que a informação chega ao maior número possível de pessoas. Por outro lado, serão os cidadãos de todo o mundo que, através de SMS e apps feitas para telemóveis básicos, irão votar na lista que define quais os sites que serão emitidos pela Outernet. A longo prazo o objetivo passa por ter um sistema em que a comunicação ocorra em duas vias, permitindo não só a receção como o envio de dados.
Em junho deste ano deverá começar o desenvolvimento dos protótipos dos satélites e os testes de comunicações. Se tudo correr bem, os primeiros lançamentos começam em janeiro de 2015.