Será a Mosquirix a primeira vacina capaz de salvar centrenas de milhares de crianças de morrerem dos efeitos da malária? A avaliar pela reação da Agência Europeia do Medicamento, a GlaxoSmithKline tem razões para sorrir: a entidade supervisora da UE acaba de dar um parecer positivo à substância proposta pela gigante da indústria farmacêutica para o desenvolvimento de uma vacina da malária. O parecer positivo não significa a aprovação para o uso em pacientes, mas poderá ser tomado em linha de conta para a análise que Organização Mundial de Saúde (OMS) deverá fazer ao Mosquirix nos tempos mais próximos, refere a Popular Science.
Caso consiga a aprovação da OMS, a GlaxoSmithKline poderá avançar com os testes em ambiente “real” – eventualmente num dos países afetados pela maleita que é causada por um parasita de um mosquito.
A Mosquirix pretende impedir infeções após as picadas de mosquito que transmitem os parasitas do inseto para a circulação sanguínea do ser humano. A vacina foi desenvolvida para ser administrada em bebés e crianças. Além de proteger o corpo humano perante a mais mortífera das quatro espécies de parasitas que geram a malária, a Mosquirix tem o potencial para dar a força ao sistema imunitário no combate à infeção e, mais importante, evitar danos no fígado.
Mais do que a imunidade total, a vacina pode ser vista como uma tentativa de redução do número de mortes causadas pela malária (627 mil em 2012). De acordo com a GlaxoSmithKline, a vacina permitiu reduzir 39% das infeções detetadas em crianças nos quatro anos que se seguiram à administração da Mosquirix (em crianças dos cinco aos 17 meses de idade). Quando administrada em crianças mais velhas, a vacina conseguiu diminuir o número de infeções detetadas nos três anos seguintes.
Os responsáveis GlaxoSmithKline sabem que ainda não encontraram uma solução final para a maleita, mas acreditam que a Mosquirix, usada em paralelo com os mosquiteiros e inseticidas possa salvar várias vidas no futuro.