Água: hidrogénio mais oxigénio. Gelo: hdrogénio mais oxigénio, mas num estado sólido que poderá também servir de abrigo aos primeiros habitantes de Marte. Pelo menos é essa a expectativa de investigadores do Centro de Investigação Langley da NASA, que apresentaram um projeto que visa desenvolver alojamentos com formato de abóbada que prometem proteger os seres humanos das nocivas radiações cósmicas.
O projeto, que recebeu o sugestivo nome de Mars Ice Home, prevê a criação de abrigos com “paredes” que, no interior, contêm água. Devido às baixas temperaturas de Marte, a água contida dento do revestimento destas estruturas ficará congelada depois de os abrigos ficarem montados.
De acordo com a Popular Science, esta abóbada de água apenas deverá revestir uma segunda abóbada interna, que essa, sim, é composta pelo revestimento que serve de abrigo dos primeiros colonos de Marte. Os mentores do projeto recordam que a abóbada que contém a água pode ter dimensões variáveis. O que significa que, em caso de necessidade, é possível expandi-la para criar um pátio externo abrigado, que está livre de radiações e pode ser usado sem fatos pressurizados, apesar de exigir botijas de oxigénio. Na NASA, há mesmo quem admita que o espaço entre a abóbada externa e a abóbada interna possam surgir os primeiros desportos e jogos marcianos.
A arquitetura proposta pelos engenheiros da NASA distingue-se por usar as propriedades dos hidrogénio existente na água para barrar a radiação cósmica e tem a virtude de poder ser facilmente acomodada num veículo espacial. Mas também pressupõe alguns desafios que terão de ser superados: estas casas marcianas precisam de 400 dias para ficarem montadas e prontas a habitar. O que significa que terá de ser desenvolvida uma solução automatizada que permite montar estes alojamentos, em modo autónomo, antes de as missões tripuladas levarem para o Planeta Vermelho os primeiros colonos.