O boião não será muito diferente daqueles que estão à venda no supermercado com salsichas XXL. Os olhos de Elena Tatarova brilham ao ver o pó negro que se acumula no fundo do frasco. «Hoje, uma quantidade de pó igual à que está aqui pode custar de mil euros no mercado», estima a investigadora do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN). O pó negro dá pelo nome de grafeno – e o boião não terá mais de uma grama desta matéria que, no futuro, poderá ombrear com o petróleo pelo título de «ouro negro». Com o grafeno podem ser produzidas baterias com maior autonomia e resistência, equipamentos médicos, sensores para a Internet das coisas, novos chips e transístores e um sem número de aplicações que ainda estão por inventar. Hoje, os métodos de produção de grafeno têm reduzidas taxas de qualidade, são pouco ecológicos e não permitem produções de larga escala. A equipa de Elena Tatarova superou estes e outros obstáculos que têm travado a industrialização do grafeno, e adicionou uma vantagem acrescida: «Conseguimos alcançar um custo de produção de 45 euros por grama», diz a investigadora búlgara, radicada há mais de 20 anos em Portugal.
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