Investigadores do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (iBET) vão trabalhar com investigadores alemães e japoneses no desenvolvimento de uma potencial vacina contra a Malária, que tem por base o antigénio PfRipr5. O projeto é liderado pela Universidade de Ehime, no Japão, e conta com a participação da Iniciativa Europeia de Vacinação, sedeada na Alemanha. O desenvolvimento da nova vacina contra a malária conta com o financiamento do Fundo de Tecnologias Inovadoras para a Saúde, do Japão (GHIT), e ainda o apoio técnico da empresa Sumitomo Dainipon Pharma.
O antigénio PfRipr5 foi recentemente identificado por investigadores da Universidade de Ehime e da Sumitomo Dainippon Pharma. Este antigénio, que poderá ser usado para o sistema imunitário dos humanos identificar uma potencial ameaça e criar anticorpos, foi desenvolvido a partir de uma proteína gerada pelos parasitas (os Plasmodium falciparum ) dos mosquitos que são causadores da doença da malária. Este antigénio tem duas características que prometem fazer a diferença: é aplicável independentemente do género dos humanos vacinados e não perde eficácia, apesar da capacidade mutação dos parasitas do mosquito depois de entrarem na corrente sanguínea.
«Tendo em conta o reduzido polimorfismo do PfRipr5, prevê-se que uma vacina baseada neste antigénio venha a ser bastante eficaz. Os parceiros do projeto pretendem iniciar testes clínicos assim que a caracterização préclínica e outros trabalhos preparatórios tenham sido conduzidos e finalizados com sucesso», explica um primeiro comunicado Sumitomo Dainippon Pharma.
O desenvolvimento do antigénio também deverá contar com a assinatura de investigadores nacionais, recorda o iBET: «A fim de transformar esta descoberta numa vacina de nova geração, estes investigadores contam com a ajuda de investigadores portugueses e alemães que serão responsáveis pela produção e formulação do novo antigénio, respetivamente. Em Portugal, o iBET – Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica, em Oeiras, será responsável por desenvolver o processo de produção e de garantia da qualidade desta proteína, PfRipr5».
O iBET recorda em comunicado que, nos últimos anos, têm sido propostas vacinas que protegem os glóbulos vermelhos da entrada dos parasitas dos mosquitos, mas essas propostas nunca superaram os 30% de eficácia no que toca ao número de pessoas vacinadas que alcançam a imunidade face à malária. Resultado: atualmente há mais de três mil milhões de pessoas em 92 países que estão em risco de contrair malária – e por ano, morrem mais de 400 mil pessoas que foram infetadas com a doença, após a picada de mosquito.
«A Sumitomo Dainippon Pharma tem a expectativa de usar o antigénio desenvolvido através desta investigação conjunta com a Universidade de Ehime e as respetivas tecnologias inovadoras que permitem a imunização para levar a cabo investigação e desenvolvimento de vacinas de nova geração, e assim poder contribuir para melhorias ao nível da saúde mundial», refere o comunicado da Sumitomo Dainippon Pharma.