A equipa de Markus Buehler, no MIT, já tinha mapeado a estrutura molecular de proteínas na seda de teias de aranha e “convertido-a” em som. Agora, os cientistas do MIT estão de volta com um sistema mais avançado que converte a estrutura da proteína em música e converte de volta para criar novas proteínas inéditas. A equipa desenvolveu também uma aplicação gratuita para Android chamada Amino Acid Synthesizer para que os utilizadores possam criar as suas suas próprias composições.
«Qualquer género de música tem padrões. Vemos universalmente em termos de som, de tons, mas vemos também padrões repetidos, como motivos e movimentos na música clássica. Estes padrões são também encontrados nas proteínas», disse Buehler, citado pelo Ars Technica.
Na música há um número limitado de notas e acordes e são usadas as diferentes combinações para produzir músicas, num mecanismo semelhante ao que acontece nas proteínas, onde coexistem 20 aminoácidos, em diferentes combinações, que dão origem a estruturas distintas.
Os investigadores pretendem abrir caminho à descoberta de novos materiais, com propriedades que se podem afinar desta forma, tirando-se partido das melhores propriedades ou reforçando certas características.
A equipa de Buehler conseguiu traçar um paralelo entre os elementos hierárquicos da composição musical (pitch, range, dinâmicas e tempo) com o que acontece na estrutura das proteínas. «Toda a música se baseia na estrutura vibracional que é criada. Qualquer molécula, se olhada à nanoscala, tem vibrações contínuas. Percebemos que cada um dos blocos construtores aminoácidos, que depois formam as proteínas, que depois formam as estruturas hierárquicas, tem a sua própria assinatura sonora, como uma impressão digital», explica o investigador principal. Foi construída uma escala de 20 tons a que equivalem os 20 aminoácidos e a música é criada a partir de um piano com apenas 20 teclas.
Veja – e oiça – o vídeo do projeto.