Edward Tang, um dos fundadores da Avegant, explica por que é que tantos utilizadores de óculos de Realidade Virtual (RV) queixam-se de desconforto e até de indisposição quando usam esta tecnologia: «o nosso cérebro tem um sistema de processamento de visão para medir a profundidade que recorre a muitas variáveis, como a dimensão e movimento dos objetos, a vergência e, sobretudo, o ponto de focagem». O problema dos óculos atuais é que usam ecrãs, o que significa que o ponto de focagem é fixo, «o que cria um conflito no nosso cérebro levando a desconforto».
A solução proposta pela Avegant tem tanto de simples como de futurista: em vez de ecrãs, os “óculos” desta empresa utilizam projetores de luz para criar um campo visual com múltiplos pontos de focagem. O que significa, explica Edward Tang, que o utilizador pode, a qualquer momento, mudar a profundidade de foco: «podemos olhar e focar um objeto virtual que está na nossa mão, desfocando as imagens de fundo, e imediatamente a seguir podemos focar um objeto distante, desfocando o que está mais próximo». Tão natural quanto o nosso olhar, o que torna a experiência livre dos problemas associados aos óculos de RV e RA atualmente utilizados, garante o CFO da Avegant.
A tecnologia, que ainda está em fase de protótipo, deverá chegar dentro de meses à fase de produto para que programadores e outros profissionais possam experimentar os óculos da Avegant. Tang acredita que vão existir produtos comerciais para o grande consumo daqui a dois a três anos.
Além das vantagens do realismo, esta tecnologia também deverá permitir eliminar problemas qualitativos dos ecrãs, como pixelização e “descolamento” de píxeis provocados pelo varrimento. A Avegant acredita que esta tecnologia poderá evoluir para werables que vão acabar por substituir os ecrãs tradicionais.