Recorda-se do Courier? É um conceito já com cerca de 10 anos. A ideia da Microsoft era criar um dispositivo de bolso que juntasse o mundo digital ao mundo analógico. Um tablet que também teria um comportamento de bloco de notas e que teria capacidades avançadas de converter analógico em digital. E que teria a forma de um livro com dois ecrãs táteis em concha. A ideia veio a público em 2008, mas dois anos depois foi cancelada. Tudo indica que a Microsoft acabou por concluir que a tecnologia da altura não permitiria desenvolver o dispositivo sem fazer demasiados compromissos. O Courier corria o risco de tornar um falhanço perante o sucesso do iPad – provavelmente a Microsoft não estava interessada em repetir o que tinha acontecido no mercado dos dispositivos de música, onde o Zune foi humilhado pelo iPod.
De acordo com o The Verge, a Microsoft ressuscitou o projeto Courier adaptando-o à realidade atual. O novo projeto, com o nome de código Andromeda, estará a ser desenvolvido já há dois anos. Trata-se de um aparelho compacto q.b. para ser transportado no bolso, mas com o formato concha e dois ecrãs. A Microsoft estará a desenvolver o Andromeda para conquistar utilizadores que procuram uma ferramenta móvel de produtividade mais avançada que um smarpthone, mas mais compacta e fácil de usar que um computador portátil convencional. Deverá ser um género de Surface de bolso.
Windows completo ou adaptado?
A Microsoft já tentou por diversas vezes desenvolver um Windows para dispositivos móveis. Começou em 1996 com o Windows CE, depois surgiram as as evoluções Pocket PC (2001) e Windows Mobile (2003). O Windows RT surgiu como uma alternativa para os tablets do Windows 8 e, é claro, tivemos o Windows Phone e o Windows 10 Mobile. Alguns destes sistemas até conquistaram um número apreciável de dispositivos e utilizadores, mas a Microsoft nunca conseguiu obter, nos aparelhos mais pequenos, o sucesso que conseguiu nos PCs. E, talvez por isto, a maioria dos rumores indicam que a Microsoft simplesmente vai desistir de fazer um sistema operativo móvel específico para os ecrãs pequenos, o que significa que o Andromeda deverá correr o Windows 10 “completo”, mesmo que tenha algumas adaptações para funcionar melhor dois ecrãs.
Ecrã desdobrável?
Este será o conceito da Microsoft. Ter um único ecrã desdobrável em vez de dois ecrãs. Uma arquitetura que permitiria que, quando aberto, o aparelho tivesse um ecrã semelhante ao ecrã de um tablet. Sabemos que tanto a Samsung como a LG estão já a trabalhar nesta tecnologia. No entanto, as informações disponíveis indicam que a tecnologia de ecrã dobrável ainda não está suficientemente maturada para entrar em produção em série. O que significa que o “Surface para o bolso” deverá usar dois ecrãs táteis idênticos, mas com uma moldura finíssima que permita criar a sensação de continuidade entre os dois ecrãs.
Processador Qualcoom
A Intel tem estado a trabalhar numa nova linha de processadores x86 para dispositivos de bolso, mas os rumores mais fortes indicam que o primeiro processador do projeto Andromeda será um Snapdragon 1000. Já desde o ano passado que o Windows 10 consegue correr em processadores com arquitetura ARM e a próxima versão topo de gama, o Snapdragon 1000, deverá ter o desempenho necessário para o Windows 10 e aplicações de produtividade correrem fluidamente no futuro dispositivo de bolso da Microsoft.
Quando?
Espera-se que o Andromeda seja apresentado ainda este ano. Mas não será um exclusivo da Microsoft. Como é típico desta marca, o conceito poderá ser implementado por parceiros OEM. Ou seja, por outros fabricantes de computadores. Dell, Lenovo, Asus são algumas das marcas que deverão lançar “tablet dobráveis de bolso” pouco tempo após a Microsoft apresentar o Andromeda.