A box da Innowave não dá acesso à Internet ou canais de TV, mas promete funcionar como o melhor amigo do consumidor de serviços disponíveis numa rede de telecomunicações. Serviço de TV, apps de telemóvel, velocidades dos browsers, servidores web, ou até transações financeiras e a compatibilidade do hardware – todos estes serviços podem ser testados pela box da Innowave. «Já houve um operador que garantiu ter o zapping mais rápido em Portugal, com base nos testes da box Innspect One», refere Ricardo Santos, responsável pelo Produto Innspect One, da Innowave.
A Innowave entrou no mercado da qualidade do software sabendo que não era a única – e muito menos a primeira – empresa que disponibiliza uma ferramenta que permite monitorizar a qualidade de diferentes serviços prestados remotamente, através de uma rede de telecomunicações. Nalguns casos a concorrência tem mais de uma década de experiência. O que obrigou a consultora lisboeta a apostar na diferenciação do serviço: «Fomos os primeiros a ter serviços de cloud computing e fomos os primeiros a criar uma solução que não exige conhecimentos de programação para lançar testes de qualidade aos serviços prestados numa rede. As boxes Innspect One não exigem aos nossos clientes uma única linha de código. O que permite lançar rapidamente novos testes com menos custos», descreve Ricardo Santos.
O profissional da Innowave lembra que as soluções criadas por marcas concorrentes como a Witbe, a Stormtest, ou a Testwizzard, geralmente, exigem aos clientes formações demoradas para o desenho de diferentes testes – o que pode ser especialmente complexo tendo em conta a variedade dos clientes (estas soluções tanto podem ser usadas por serviços de cloud computing, como por uma app de streaming ou um serviço público na Internet) e de funcionalidades e serviços que estão em análise.
«Com 16 horas de formação, os nossos clientes ficam aptos a lançar testes de qualidade com a nossa box», acrescenta o responsável da Innowave.
A Innspect One foi desenhada para obter dados sobre a qualidade de serviço, mas também tem em conta a interface do utilizador, as situações que redundam em erro ou falha de serviço, a facilidade de uso das ferramentas, gráficos, larguras de banda, capacidade de resposta a grandes fluxos de informação, ou o desempenho de diferentes sistemas operativos e terminais que se conectam a um determinado serviço. Em caso de anomalia, a box Innspect One desencadeia o envio de SMS e telemóveis para profissionais designados pelo cliente.
Ricardo Santos compara o conceito que suporta as boxes Innspect One a «laboratórios de testes portáteis» que podem analisar a qualidade de serviço em diferentes locais em permanência.«Também pode ser usado para analisar a qualidade de serviço em zonas remotas, quando há várias queixas dos clientes», acrescenta o responsável da Innowave.
Toda a informação recolhida nos diferentes pontos é coletada em repositórios, que podem ser consultados pelos clientes da Innowave através da Internet, para identificar tendências, padrões ou dados estatísticos. «Esta box está ligada à cloud, mas funciona na lógica de plug and play (liga e desliga). Só precisa de Internet e energia para funcionar», explica Ricardo Santos.
Hoje, Innowave não conta com mais de 10 clientes – mas apenas oito estão sedeados em Portugal. Mesmo para uma empresa que comercializa um serviço que pode superar a 40 mil euros com quatro boxes especializadas na análise de diferentes serviços, não é propriamente um número de arregalar os olhos. Ricardo Santos acredita que este “canivete suíço” dos testes de qualidade poderá vir a cativar mais clientes nos tempos mais próximos. Além do lançamento de uma versão mais pequena e fácil de transportar, Innowave já começou a trabalhar com vista a garantir uma nova mudança de paradigma, com a introdução de inteligência artificial que poderá elevar a fasquia na automatização dos testes levados a cabo pela box.
«Geralmente, se o software de um serviço muda, os testes a esse serviço também têm de mudar (para poderem continuar a identificar funcionalidades testadas). Estamos a desenvolver um algoritmo que consegue reconhecer funcionalidades e serviços automaticamente, mesmo depois de o software que presta o serviço ter mudado. O que significa que não só consegue perceber o que está numa plataforma como o que é que as várias funcionalidades dessa plataforma devem fazer», explica Ricardo Santos.