Em Rialto, os polícias sairam para as ruas com coletes, rádios, arma, taser e uma pequena câmara do tamanho de um charuto. A ideia é que filmassem todas as suas interações com a população civil. Com esta iniciativa, as queixas contra violência policial desceram. Nos EUA e no Reino Unido já planeia a introdução destas câmaras em vários departamentos de autoridade, noticia o The Guardian.
«Julgo que abrimos alguns olhos nas autoridades em todo o Mundo. Mostrámos o potencial (…) Quando estamos a ser vistos, temos a tendência de nos portar um pouco melhor», diz o comandante da Polícia de Rialto, Tony Farrar, citado pelo The Guardian. Desde fevereiro de 2012 que as câmaras são usadas pelos agentes e as queixas contra brutalidade policial desceram 60% e as queixas gerais sobre as autoridades caíram 88%. Mesmo os civis, quando vêem que estão a ser filmados, apresentam um comportamento mais calmo do que quando não existe nenhuma prova documental. O programa piloto decorreu durante um ano, até fevereiro deste ano.
O comandante Farrar estudou no Cambridge Institute of Criminology, tirou várias licenciaturas e conseguiu que fosse aprovada uma verba de cem mil dólares para comprar as câmaras (mil dólares cada uma), mais os servidores e a estrutura necessária. Todos os 70 agentes têm uma câmara no colarinho, no chapéu ou nos óculos e recebem instruções para filmar todas as interações com o público. Os vídeos são depois carregados para um armazenamento na nuvem.
As agências de direitos civis nos EUA já se mostraram preocupadas com a questão da privacidade dos utilizadores filmados e pediram às autoridades para protegerem os vídeos, apagarem-nos com frequência e mantê-los privados, a não ser que sirvam de meio de prova.