É possível que boa parte dos portugueses já esteja a pensar nas hipóteses de ganhar o campeonato europeu de futebol, mas o primeiro-ministro António Costa preferiu recordar hoje, no palco do Prémio Europeu do Inventor, que no palmarés do País já consta um título de «campeões da contrafação», que foi alcançado no passado, depois de «décadas de desinvestimento em educação e inovação».
Feita a descrição de contornos de pessimistas seguiu-se o balanço evolutivo: hoje, «a inovação é uma das prioridades» do País, recordou António Costa. O governante aproveitou para retomar os números que atestam a aposta na novidade: em 2015, houve um crescimento de 23% face ao ano anterior no número de patentes registadas em Portugal, com validade para o mercado europeu.
António Costa enalteceu estes «máximos históricos» que confirmam que Portugal está na rota da proteção da inovação tanto para empresas nacionais como estrangeiras: «A proteção das patentes é um legado incontornável, e o seu produto é imprescindível para gerar valor acrescentado», defendeu, reiterando a importância que as patentes podem ter no incremento das exportações e «nos direitos de quem inventa, inova e empreende».
Perante uma assistência que contava com o comissário Europeu da Inovação Carlos Moedas e vários cientistas e empresários, Costa não desperdiçou a oportunidade de dar uma “piscadela de olho” para quem queira tentar sorte neste extremo ocidental da Europa: «hoje podemos afirmar que o sistema de propriedade intelectual é mais amigo de quem pretende proteger os seus investimentos em inovação».
A Web Summit, a conferência/concurso de startups que promete centrar as atenções da indústria em Lisboa durante três edições anuais e que arranca em novembro, também não foi esquecida.
Além do papel de “relações públicas” que qualquer governante costuma assumir em eventos internacionais, Costa ainda teve tempo para algumas deixas políticas: as prestações do Instituto Nacional de Proteção Intelectual e o Tribunal especializado na proteção intelectual foram destacados pelo governante. E também houve tempo para mencionar o programa Capacitar que pretende facilitar a transferência de inovações das universidades para as empresas; bem como o Programa Nacional de Reformas, já aprovado pela Comissão Europeia.