Esta quarta-feira, a Google recebeu uma multa no valor de 1,5 mil milhões de euros por parte da União Europeia, por ter forçado clientes a assinar contratos restritivos através do seu negócio, o AdSense. No comunicado de imprensa, a instituição europeia acusa a empresa de abusar da sua posição dominante no mercado impondo que os seus clientes recusem propostas dos rivais da Google.
Esta é a terceira grande multa aplicada por Bruxelas à gigante tecnológica, sendo que no passado as multas rondaram os 4,3 mil milhões de euros, sob o pretexto de abuso e asfixia do mercado dos telefones móveis, e os 2,4 mil milhões de euros, por manipular os resultados das buscas para compras online – Embora esta multa tenha sido menor que as duas anteriores, a Google soma agora um total de 8,2 mil milhões de euros em multas.
Segundo a The Verge, durante a conferência de imprensa desta manhã em Bruxelas, Margrethe Vestager, comissária do antitrust da UE, disse que a Google «negou a outras companhias a possibilidade de competir no mercado e de inovar».
Foi também referido que desde 2006 que a Google proibia os seus clientes de incorporarem motores de busca nos seus sites, que não estivessem relacionados com a empresa. Neste caso o AdSense permitia que sites, por exemplo, de venda de retalhe e jornais, incorporassem uma barra de pesquisa com o browser Google – o mecanismo consiste no seguinte: os utilizadores utilizam as barras para pesquisa, a Google coloca anúncios e divide depois os lucros com o dono do website.
Reação da Google (atualização ao artigo original)
A Google reagiu ao anúncio da Comissão Europeia través de Kent Walker, vice-presidente da Google para os assuntos globais: «Sempre concordámos que mercados saudáveis e vibrantes são do interesse de todos. Já fizemos amplas alterações aos nossos produtos de modo a responder às preocupações da Comissão. Ao longo dos próximos meses, iremos fazer mais actualizações para proporcionar maior visibilidade aos concorrentes na Europa».