Jack Ma, co-fundador do grupo Alibaba, que segundo a revista Forbes possui um império avaliado em 39,7 mil milhões de dólares (aproximadamente 35,1 mil milhões de euros), afirmou, durante um discurso, que é apoiante do horário de trabalho chinês mais conhecido por “996”, conhecido por obrigar os trabalhadores a cumprirem 12 horas diárias de trabalho, 6 dias por semana.
«Muitas empresas e pessoas não têm a oportunidade de trabalhar no regime “996”», disse Ma no seu discurso, citado pela Reuters, «Se não trabalharem no “996” enquanto são jovens, como é que pensam vir a trabalhar neste regime?», questionou.
As palavras do discurso do empresário chinês causaram um forte debate na Internet, levando-o a escrever no seu blog pessoal que sabia que «os comentários» que fez sobre a agenda de trabalho “996” dariam azo a inúmeras «críticas».
«Compreendo a posição das pessoas e eu podia ter dito algo “correcto”. Mas neste mundo não há falta de pessoas que digam o que é “correcto”, há, sim, falta de pessoas que digam a verdade e o que as pessoas pensam», disse no seu blog, de acordo com a tradução feita pela Bloomberg.
Em sua defesa, Richard Liu, o CEO da JD.com, uma empresa de ecommerce chinesa, apoiou as palavras de Jack Ma dizendo no serviço de mensagens chinês WeChat que: «os preguiçosos não são meus irmãos!». Estas reações por parte dos dirigentes, vêm acentuar o protesto que teve início no mês passado, o “996.ICU”, que pretende combater os horários longos de trabalho.
Mas ver dirigentes de grandes empresas a reclamarem pelo aumento do horário laboral não se restringe à realidade asiática, pois em novembro do ano passado Elon Musk manifestou-se via Twitter sobre como «nunca ninguém mudou o mundo trabalhando apenas 40 horas por semana». Mais tarde, Musk chegou a referir que os trabalhadores têm de passar a trabalhar entre 80 a 100 horas para causar uma mudança no mundo.