Um estudo encomendado pelo Governo ao Instituto de Telecomunicações conclui que a renovação tecnológica da Rede Nacional de Emergência e Segurança (conhecida pela sigla SIRESP) deverá custar ao Estado entre 20 e 25 milhões de euros. Os investigadores do IT recomendam um estudo posterior mais detalhado, mas lembram que a rede usada por polícias e bombeiros está tecnologicamente datada e depende de entidades privadas (Motorola fornece as tecnologias, e a rede pertence à Altice). Também é recomendado um reforço da rede nos distritos Bragança, Viana do Castelo e Vila Real, devido a falhas na cobertura.
Segundo notícia do Público, que teve acesso ao estudo, os investigadores do IT defendem o investimento em redes de fibra ótica complementadas, a título de redundância, por comunicações de rádio, que poderão ser desencadeadas sempre que alguma ligação por terra ficar inoperacional.
O estudo aponta ainda o dedo à resiliência do SIRESP. Segundo os investigadores do IT, a rede de emergência não cumpre os standards internacionais (PPDR) que são aplicados à recuperação de sistemas afetados por falhas técnicas ou catástrofres.
Outro ponto que merece reparo é a gestão e propriedade da rede. No entender dos investigadores do IT, o SIRESP deveria operar sobre redes públicas.
Pelo menos nesta última questão, o cenário poderá estar em vias de mudar: o governo português anunciou recentemente que chegou a acordo com a Altice e a Motorola para a compra das respetivas participações na SIRESP SA, consórcio que gere a rede desde a constituição na década passada, por um valor que supera os sete milhões de euros. A compra deverá estar concluída até dezembro de 2019.