O governo americano levou a cabo uma ciberoperação secreta contra o Irão motivada pelos ataques do passado dia 14 de setembro às instalações petrolíferas na Arábia Saudita. À Reuters, dois oficiais da Casa Branca contaram que o ataque teve como alvo as máquinas de propaganda do governo de Teerão. Sem pormenorizar detalhes, um dos oficiais revelou que a operação afetou hardware.
Recorde-se que os Estados Unidos, a Arábia Saudita, França e Alemanha imputaram a culpa dos ataques de setembro ao Irão, que negou estar envolvido. Mais tarde, uma milícia armada pró-iraniana do Iémen, que dá pelo nome de Houthi, reclamou a autoria do ataque.
Embora a reação dos Estados Unidos demonstre uma abordagem diferente ao conflito internacional, a Reuters afirma que o ciberataque aparenta ser mais limitado do que outras operações realizadas no passado. Mais concretamente, quando em junho um drone americano foi abatido ou quando em maio um cargueiro de petróleo foi alegadamente atacado pela guarda revolucionária iraniana – a resposta do governo americano consistiu no envio de milhares de tropas e equipamento militar para reforçar as defesas sauditas.
«Como medida de segurança operacional, não discutimos as nossas operações no ciberespaço, serviços secretos ou planos», disse a porta-voz do Pentágono, Elissa Smith, que recusou prestar declarações sobre o ciberataque à Reuters.
Já James Lewis, um perito em matérias cibernéticas do Center for Strategic and International Studies, afirmou que «é possível causarem-se danos sem fazer feridos ou explodir com coisas», reforçando que poderá não ser possível prevenir o comportamento do governo do Irão mesmo recorrendo às formas tradicionais de interversão militar.
Não é claro se os Estados Unidos já levaram a cabo mais ciberataques desde setembro, mas este mês um grupo iraniano tentou infiltrar-se em contas de e-mail relacionadas com a campanha de reeleição de Donald Trump. Entre agosto e setembro, o grupo denominado de “Phosphorous” pela Microsoft fez mais de 2700 tentativas de identificação de contas e atacou 241 destas.
De acordo com uma investigação da Reuters, ao todo foram descobertos mais de 70 websites que alimentam a máquina de propaganda iraniana em 15 países.