Investigadores da Universidade de Cambridge, Inglaterra, publicaram um artigo no International Journal of Neuropsychopharmacology que dá a conhecer benefícios no uso de uma app desenvolvida com o objetivo de travar a evolução de doenças associadas à demência, e à perda de memória e capacidade cognitiva.
A app batizada de Game Show foi testada com 42 doentes de uma doença de foro neurológico conhecida por Défice Cognitivo Ligeiro, que tem como resultado a perda de memória e da capacidade intelectual, entre outros sintomas. Durante oito sessões de uma hora distribuídas por quarto semanas, os pacientes eram desafiados a dar resposta aos vários jogos de memória contidos na app Game Show.
Os jogos desta app têm por base figuras geométricas e diferentes localizações onde essas figuras devem ser colocadas. Além de um número máximo de erros, os pacientes são premiados com moedas virtuais sempre que dão respostas corretas – o que pretende aliciar os utilizadores a manterem a prática destes exercícios, que nem sempre são apresentados de modo aliciante nas versões mais convencionais.
Os investigadores britânicos analisaram os resultados produzidos pelo uso da app Game Show por comparação entre o grupo de pacientes que jogou Game Show e um segundo grupo de pacientes que não jogou. No final dos ensaios, a equipa da Universidade de Cambridge concluiu que os pacientes que jogaram Game Show terão apresentado melhorias de 40% no que toca a lembrar localizações à primeira tentativa em testes que envolvem a denominada memória episódica, que tem um papel importante em tarefas do quotidiano relacionadas que estão associadas à localização de objetos ou agendamento de tarefas.
Além de terem reduzido um terço dos erros produzidos nos testes, os pacientes que jogaram Game Show terão ganho capacidade para reter mais informação complexa no plano visual, revela um comunicado da Universidade de Cambridge.
Barbara Sahakian, investigadora que ajudou a criar a app, lembrou a importância de criar desafios aliciantes, que ajudem a treinar o cérebro, invertendo a tendência para a perda de memória: «É preciso criar algo que seja agradável o suficiente para motivar os utilizadores a fazerem os exercícios. O nosso jogo permitiu individualizar o programa de treino cognitivo e criou algo divertido e agradável para os utilizadores», referiu a investigadora no comunicado da universidade britânica.