Aviso prévio: este é um artigo de opinião onde abunda o “alegadamente”. “Alegadamente” porque trata de assuntos de Justiça, em que processos estão a decorrer e pessoas são suspeitas ou vão ser julgadas por (alegados) crimes. E “alegadamente” porque o princípio da presunção de inocência continua a ser a pedra basilar no nosso sistema judicial.
Posto isto, há coisas que depois de lidas, ouvidas ou vistas não podem ser esquecidas ou empurradas para um recanto obscuro. Há um ponto sem retorno para a opinião pública. Foi a esse ponto sem retorno que chegou José Sócrates – caramba, até a Fernanda Câncio veio publicamente chutar para canto o outrora “Menino de Ouro do PS” (sim, estou a citar o título de um livro de Eduarda Maio publicado por A Esfera dos Livros). Este processo segue os seus trâmites e o antigo primeiro-ministro continuará a lutar «por aquilo que acredita ser a sua verdade» (e aqui cito o atual primeiro-ministro) contra os alegados crimes de que é acusado.
Mas aqui não é o mundo da política ou da banca que me interessa analisar – esse parece todo muito igual, já que Ricardo Espírito Santo, José Oliveira Costa, Manuel Dias Loureiro ou Duarte Lima, apenas para citar alguns exemplos, continuam a «andar por aí» (Santana Lopes também tem direito a uma citação) apesar das suspeitas ou das condenações de que são ou foram alvo. O que me interessa é a transposição de alegadas práticas menos lícitas ao setor da tecnologia. Vem isto a propósito da notícia que dava conta de que João Vasconcelos, ex-secretário de Estado da Indústria, foi constituído arguido por suspeitas de “fraude na obtenção de subsídio”.
Este artigo faz parte da Exame Informática Semanal. Para continuar a ler, CARREGUE AQUI (acesso gratuito)