A Inteligência Artificial é um assunto que tem levado a vários debates entre especialistas, principalmente no que diz respeito à melhoria do desempenho dos profissionais. Como é normal, o aparecimento de qualquer nova tecnologia traz consigo uma variedade de desafios e receios. Atualmente, muitos dos serviços online recorrem a esta tecnologia, que surge também retratada na série televisiva já conhecida entre nós Black Mirror, que destaca o emocionante, mas muitas vezes desconcertante, impacto que a Inteligência Artificial poderá ter nas nossas vidas. Será possível que caminhemos para um futuro distópico, onde todos os processos humanos serão substituídos por robôs levemente malévolos? Honestamente não me parece que assim seja. Por isso, aponto três razões pelas quais não devemos temer a Inteligência Artificial:
Eficiência e criatividade serão
sinónimo de maior produtividade
Com a Inteligência Artificial a assumir parte das tarefas administrativas, as pessoas estão mais livres para pensar de forma criativa, ter uma visão mais estratégica do seu trabalho e realizar mais tarefas geradoras de receita. É algo que podemos garantir pela experiência da Ricoh. Em 2015, a DHL dirigiu uma experiência sem o uso das mãos, com a utilização do Google Glass e da interface da Ubimax nas nossas instalações de logística na Holanda. Esta ‘seleção de visão’ resultou num aumento médio de 15% na produtividade de seleção. O relatório The Future of Work da Ricoh revela que 61% dos trabalhadores de escritório estão otimistas sobre as oportunidades que a tecnologia apresenta para as suas carreiras. Os profissionais também acreditam que a adoção da tecnologia certa ajudará a tornar o trabalho flexível uma realidade para todos os colaboradores, com 64% dos inquiridos a defender que este será o futuro do mercado de trabalho.
Comunicações facilitadas e mais colaborativas
Como o telefone e o e-mail, a tecnologia inteligente está a tornar mais fácil do que nunca a comunicação e a colaboração entre pessoas, estejam elas no mesmo escritório ou no outro lado do mundo. As tecnologias da próxima geração, como a Spatial, estão a desenvolver-se de uma forma que permitirá que os profissionais se conectem a um fone de ouvido VR e que possam realizar chamadas de conferência aprimoradas com AR com os seus colegas. Nessas reuniões, teremos a capacidade de desenvolver mecanismos de comunicação, fomentando a tecnologia onde existirão os nossos próprios avatares pessoais a trabalhar num espaço de escritório virtual e as apresentações por nós realizadas poderão ser entregues sem a necessidade de partilha do ecrã.
Sustentabilidade ambiental
Dois terços dos trabalhadores esperam que os seus empregadores façam parte da solução para os desafios da sociedade, como as mudanças climáticas e a desigualdade. Naturalmente, lidar com estas questões requer financiamento. É aqui que a Inteligência Artificial pode “dar uma mão” virtual. A economia de custos obtida com a implantação desta tecnologia pode ser reinvestida para melhorar as comunidades nas quais as empresas operam – uma situação em que todos saem a ganhar: o planeta e as pessoas. O nosso estudo também revela que, por surpreendente que possa ser, 28% dos trabalhadores aceitariam um corte de 10% no ordenado para trabalhar para um empregador comprometido em ajudar a resolver problemas da sociedade. Este testemunho é mais uma prova de que, no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, a responsabilidade social continua a ser um ponto importante na agenda de negócios.
Afinal de contas, esta realidade não é assim tão assustadora, pois acreditamos que o segredo é permanecer com um espírito recetivo em relação ao que a nova tecnologia nos pode ajudar a alcançar. E isso, não se deve limitar apenas a melhorar a forma como trabalhamos, mas também a impactar positivamente o mundo ao nosso redor.